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Neste ano, a taxa de reeleição foi de 80,5% segundo levantamento da empresa de inteligência de dados Nexus com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) checadas pela BBC News Brasil.
É o maior percentual de prefeitos e prefeitas reeleitos desde 2008, quando os dados começaram a ser compilados, segundo dados do Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp-FGV).
A título de comparação, nas eleições municipais anteriores, em 2020, a taxa de reeleição líquida foi de 64,69%.
A reeleição líquida é medida pela quantidade de candidatos aptos à reeleição e que de fato disputaram o pleito e o venceram, descartando-se os que podiam se candidatar, mas não disputaram as eleições.
Mas o que explica tamanho crescimento em apenas quatro anos?
Cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil dizem que ainda é cedo para cravar as razões, mas acreditam que o volume de emendas parlamentares destinadas a municípios por deputados federais pode ter "desequilibrado" a disputa a favor dos atuais prefeitos.
Outra hipótese está relacionada à taxa de abstenção registrada no primeiro turno, que foi de 21,7% neste ano, e é considerada alta pelo TSE. Um terceiro fator apontado seria o alinhamento entre os prefeitos candidatos e os governos estaduais.
Apesar de os especialistas indicarem ainda ser preciso analisar a fundo os dados para identificar que fatores efetivamente influenciaram na taxa de reeleição, eles avaliam que isso deve ter desdobramentos e influenciar a formação do Congresso Nacional em 2026.